terça-feira, 20 de maio de 2008

Versão de 'The spirit' para os cinemas será lançada no Natal

Adaptação dos quadrinhos de Will Eisner tem lançamento adiantado.Filme será dirigido por Frank Miller e estrelado por Scarlett Johansson.

Do G1, com agências internacionais
Divulgação
Divulgação
Pôster oficial do longa-metragem de Frank Miller (Foto: Divulgação)

O estúdio Lionsgate decidiu adiantar o lançamento nos cinemas americanos da adaptação de "The spirit" para dia 25 de dezembro. A adaptação dos quadrinhos de Will Eisner tinha estréia prevista inicialmente para janeiro de 2009. A informação é da revista especializada "Hollywood Reporter".

A versão cinematográfica da HQ tem direção e roteiro assinados por Frank Miller (de "Sin City - A cidade do pecado").

O elenco traz Scarlett Johansson, Samuel L. Jackson, Gabriel Macht, Eva Mendes, Sarah Paulson, Stana Katic, Dan Lauria, Jaime King, Paz Vega e Louis Lombardi.

Com o lançamento previsto para o Natal, "The spirit" vai disputar a bilheteria com as estréias de "Bedtime stories", da Disney, e "Marley e eu", da Fox.

"'The spirit' é um grande filme e uma obra de entretenimento irresistível. Para nós, foi uma decisão fácil", disse o presidente da Lionsgate, Tom Ortenberg, à "Hollywood Reporter".

As datas de lançamento do longa-metragem no Brasil ainda não foram anunciadas.

Sandman: Notícia quentíssima!!!

Neil Gaiman participará da Festa Literária Internacional de Paraty

Quadrinista, uma dos mais conceituados do mundo, foi confirmado na programação.

Escritor Fernando Vallejo também foi anunciado; Flip ocorre entre 2 e 6 de julho.

Foto: Chenanceou/Wikimedia Commons
Chenanceou/Wikimedia Commons
O autor de HQs Neil Gaiman (Foto: Chenanceou/Wikimedia Commons)
Grande notícia para os fãs de quadrinhos no Brasil. O autor inglês de quadrinhos Neil Gaiman será uma das grandes estrelas da Flip, a Festa Literária Internacional de Paraty, que será realizada neste ano entre os dias 2 e 6 de julho. Outro nome que também foi anunciado foi o do colombiano naturalizado mexicano Fernando Vallejo, autor de "Virgem dos sicarios".
A assessoria de imprensa da editora Conrad, que publicou diversas obras de Gaiman no Brasil, e a Flip confirmaram a informação.
O inglês é autor da clássica série "Sandman" e seu trabalho vem tendo cada vez mais presença no cinema: ele foi co-roteirista no filme "Beowulf" e "Stardust" foi adaptada com Robert DeNiro e Michelle Pfeiffer no elenco. Além do trabalho como quadrinista e roteirista, ele também escreve romances.
"Sandman" gira, em linhas gerais, em torno do personagem Morfeu e do mundo dos sonhos.
Fernando Vallejo é conhecido por fazer um retrato em tons autobiográficos da violência na sociedade colombiana e por ter "renunciado" à sua nacionalidade como forma de protesto contra a reeleição do presidente Alvaro Uribe. "Virgem dos sicarios" foi lançado aqui pela Companhia das Letras.
A Flip, no litoral fluminense, teve sua primeira edição em agosto de 2003 e desde então já trouxe diversos prêmios Nobel como os sul-africanos J. M. Coetzee e Margaret Atwood e estrelas como Salman Rushdie, Paul Auster e Ian McEwan.
Neste ano os convidados são o dramaturgo Tom Stoppard (de "Rosencrantz & Guildenstern estão mortos" e autor do roteiro de "Brazil - o filme"), o escritor holandês Cees Nooteboom, a cineasta argentina Lucrecia Martel (de "O pântano"), a inglesa Zoë Heller, o americano Nathan Englander, a historiadora e psicanalista francesa Elisabeth Roudinesco, o escritor francês Pierre Bayard e o escritor argentino Martín Kohan.

domingo, 11 de maio de 2008

Os 10 mais de todos os tempos

Os dez quadrinhistas mais
importantes da história da nona arte

Eles ajudaram as HQs a crescer e a se firmar como uma arte respeitada em todo o mundo.

Por Marcus Ramone (06/02/08)

Os quadrinhos já passaram dos 100 anos de idade e continuam em forma. Uma crise ali, um obstáculo acolá, mas, ainda assim, no mundo inteiro, movimentam milhões de fãs e cifras também milionárias, influenciando outras mídias, divertindo, emocionando, educando e afetando a sociedade.

Stan Lee Para chegar nesse estágio, a nona arte contou com a apaixonada ajuda de uma imensa legião de artistas. Eles são muitos, mas poucos foram tão importantes a ponto de reformular os quadrinhos, ditar conceitos e regras para essa mídia ou fazê-la se sobressair entre as demais.

A seguir, será apresentada uma lista dos mais importantes nomes das HQs em todos os tempos, mostrando os dez destaques que ultrapassaram fronteiras e viraram lendas em todo o planeta - nos próximos dias, o Universo HQ publicará outra seleção de quadrinhistas, dessa vez uma galeria com os dez principais nomes que traçaram os caminhos dos quadrinhos brasileiros e colocaram o País entre os produtores de grandes artistas da área.

Essa lista não tem a pretensão de ser uma "edição definitiva", mas apenas um resumo criterioso dos que fizeram bastante diferença na longa e rica história dos quadrinhos, influenciaram os rumos do segmento e causaram impacto no mercado, artística ou comercialmente falando. Por isso, a qualidade das obras, embora fundamental, não foi o único critério adotado para a escolha dos nomes.

Jack Kirby Algumas das indicações são duplas criativas, pois a idéia é "fundi-los" em um único nome. Afinal, foi atuando em equipe que esses quadrinhistas produziram os trabalhos responsáveis por sua entrada no panteão das personalidades mais importantes das HQs.

Pela diferença dos gêneros nos quais os quadrinhistas se sobressaíram e pelos momentos distintos em que cada um se destacou na história da nona arte, os nomes estão listados em ordem aleatória de importância, pois a criação de um ranking poderia soar injusta diante de tudo que esses artistas ainda representam para a indústria dos quadrinhos.

Stan Lee (1922) e Jack Kirby (1917 - 1994), Estados Unidos:

Em parceria com outros quadrinhistas, Stan Lee e Jack Kirby criaram verdadeiros ícones dos quadrinhos, como Homem-Aranha e Capitão América, respectivamente. Juntos, entretanto, não apenas conceberam para a Marvel Comics outra galeria de personagens que permanecem até hoje ativos no imaginário popular - Hulk e X-Men são alguns exemplos -, como também produziram histórias que fazem parte dos maiores clássicos da nona arte e os consagraram como uma das grandes duplas das HQs.

As razões para o casamento perfeito entre os dois são fáceis de ser explicadas. Basta saber o que, individualmente, eles "aprontaram" na indústria dos quadrinhos.

Quarteto Fantástico Lee é reconhecidamente o responsável pela transformação da "Casa das Idéias" no império multimídia da atualidade e seu nome se confunde com o da corporação. Ele também deu aos super-heróis a condição de humanos normais que os aproximaram dos leitores e que ditou regras ainda hoje seguidas no gênero. E apesar de sua idade avançada, condição que, comumente, tem resultado em ostracismo para a maioria dos quadrinhistas, continua colecionando aparições na mídia, recebendo prêmios diversos, homenagens e convites para escrever HQs (inclusive para a DC Comics), criando personagens e um reality show e até participar dos filmes baseados em suas criações.

Quanto a Kirby, artistas e leitores já convencionaram falar a alcunha "rei" antes de seu nome. A inovação que ele promoveu graficamente nas HQs que produzia fez escola, influenciando as gerações seguintes de desenhistas. Ângulos cinematográficos, movimentos dinâmicos e uma mestria no desenho de máquinas são apenas algumas das características marcantes de suas obras publicadas na Marvel e na concorrente DC, para a qual também criou alguns personagens, como os Novos Deuses. Uma das atuais premiações concedidas pela indústria dos quadrinhos norte-americanos, o Kirby Awards, foi batizado em sua homenagem.

Joe ShusterJerry SiegelJerry Siegel (1914 - 1996) e Joe Shuster (1914 - 1992), Estados Unidos:

Simplesmente, eles criaram o primeiro super-herói dos quadrinhos. Mais que isso, o personagem em questão se tornou um dos maiores fenômenos da cultura pop mundial, ganhou um emblema reconhecido de imediato até por quem não lê gibi e serviu de cópia e inspiração para muito do que surgiu nas HQs depois de 1938, ano de sua criação.

Superman O Super-Homem de Siegel e Shuster é hoje uma das marcas de maior valor comercial em todo o planeta e já movimentou bilhões de dólares desde que surgiu nas tiras de jornais. E pensar que, ainda no final da década de 1930, os autores venderam os direitos do Homem de Aço por 200 dólares...

Eles deixaram de produzir as aventuras do herói em 1947. Somente em meados dos anos 1970 conseguiram vencer a longa batalha judicial contra a DC Comics por uma participação nos rendimentos da marca Super-Homem. A partir daí, passaram a receber uma pensão da editora e viram seus nomes obrigatoriamente creditados em toda HQ do personagem lançada pela editora.

Shuster já havia abandonado definitivamente os quadrinhos nos anos 1940. Siegel continuou criando outros personagens, sem alcançar sucesso, chegando a escrever histórias do Tio Patinhas para a Disney italiana.

Carl Barks (1901 - 2000), Estados Unidos:

Carl Barks Quem já não se perguntou o que seria dos quadrinhos Disney sem o Homem dos Patos?

Além de criar vários personagens - entre eles o "quaquilionário" Tio Patinhas, outro ícone da cultura popular que virou um sinônimo, neste caso o que define avareza -, o escritor e desenhista revolucionou as HQs Disney com narrativas visuais ousadas e um humor escrachado, mas também sutil e ácido, em aventuras cheias de referências históricas, geográficas ou mesmo ideológicas, que uniram crianças e adultos em uma grande fileira de fãs em vários países.

É um dos raros casos de artistas dos quadrinhos cuja genialidade não faz distinção do gênero no qual se destacaram. Ou seja, falar de Carl Barks não é só apontá-lo como o mais cultuado dos quadrinhistas da turma de Patópolis em todos os tempos, mas enquadrá-lo entre os maiores gênios da nona arte.

Tio Patinhas Autor de mais de 500 histórias em quadrinhos, na quase totalidade delas atuando em todo o processo criativo (textos, desenhos e arte-final), Barks atingiu a celebridade, curiosamente, depois de se aposentar, em meados da década de 1960. Foi quando os fãs conheceram o dono daquelas histórias cujos roteiros e artes se destacavam dos demais publicados nos gibis da Disney.

Sua influência também atingiu autores fora do circuito infantil. E dentro da turma dos patos e de um certo camundongo orelhudo, inspirou muitas gerações de artistas que seguiam seu estilo de narração ou de traço.

O mais fiel seguidor de Barks é o norte-americano Keno Don Rosa, cuja obra é baseada no que seu confesso inspirador produziu e, por isso mesmo, foi alçado à condição de mestre dos quadrinhos contemporâneos.

Osamu Tezuka Em vários países, como o Brasil, publicações especiais de luxo com as obras de Carl Barks não param de ser lançadas, perpetuando o legado do artista e ajudando as novas gerações de leitores a descobrir os quadrinhos Disney.

Osamu Tezuka (1928 - 1989), Japão:

Reconhecido como o maior de todos os mangakás, o japonês Osamu Tezuka marcou sua carreira pelo pioneirismo. Sua importância para o mangá e o animê o faz ser apontado como o "pai" moderno dessas artes.

Astro Boy E não é para menos. O Deus Mangá, como é conhecido, tornou populares os quadrinhos e os desenhos animados japoneses em seu país e no resto do mundo.

Prolífico ao extremo, é dono de uma imensa galeria de criações de sucesso internacional, mas o de maior destaque é o herói Astro Boy, surgido no início dos anos 1950 e responsável pelo estouro da cultura dos mangás e animês.

Para se ter uma idéia da influência de Tezuka, foi ele quem definiu as características que já se tornaram indissociáveis das HQs e animações japonesas: a estilização dos traços, incluindo os olhos enormes dos personagens.

Will Eisner Will Eisner (1917 - 2005), Estados Unidos:

Por seu estúdio passaram grandes nomes dos quadrinhos mundiais, como Bob Kane (criador do Batman) e Jack Kirby. Criou, em 1940, o personagem Spirit, um dos mais cultuados personagens dos gibis. Em 1978, com o álbum especial Um contrato com Deus, forjou os nomes e os conceitos de graphic novel e, mais tarde, arte seqüencial. Escreveu livros sobre a nona arte e técnicas de desenho e narrativas textuais e visuais que se tornaram verdadeiros guias para profissionais ou aficionados pelo assunto. O Eisner Awards, considerado o Oscar dos quadrinhos norte-americanos, foi criado em sua homenagem.

Um Contrato com Deus Por tudo isso e muito mais, Will Eisner é citado por artistas de várias gerações como principal influência, seja no despertar do gosto pelas HQs, como também no estilo de escrever ou desenhar.

A própria indústria dos quadrinhos deve bastante a Eisner. Suas técnicas de vanguarda em texto e ilustração, com desenhos expressivos e cheios de enquadramentos ousados e inéditos para as determinadas épocas em que o artista os apresentou ao mundo, ajudaram a mudar o conceito de que gibi é diversão apenas para crianças.

Para tirar a prova, nada melhor que ler qualquer aventura clássica de Spirit e constatar que ela parece ter sido produzida na década atual.

Alex Raymond (1909 - 1956), Estados Unidos:

Alex Raymond Outro clássico e decantado influenciador de quadrinhistas. Criador de Flash Gordon (sucesso também em filmes, seriados de TV e desenhos animados) e de outros personagens que deixaram sua marca na história dos quadrinhos, como Jim das Selvas e Nick Holmes (Rip Kirby), Alex Raymond possuía um estilo de texto fluido e um traço bastante detalhista que evidenciava uma estética própria em cenários, roupas e maquinários.

Mas a influência de Raymond foi mais além. Nas tiras de Flash Gordon, na década de 1930, surgiu a minissaia, uma peça do vestuário feminino que se tornou realidade somente na década de 1960.

Flash Gordon Também na década de 1930, o aventureiro espacial disse em uma tira que a Terra é azul vista do espaço. Essa constatação foi comprovada em 1961, quando o astronauta soviético Yuri Gagarin viu o planeta do alto e repetiu as palavras de Flash Gordon.

E não fica só nisso. A Nasa, agência espacial dos Estados Unidos, se inspirou na aerodinâmica das naves interplanetárias desenhadas por Alex Raymond para criar foguetes e ônibus espaciais.

Alan Moore Alan Moore (1953), Inglaterra:

Gênio moderno dos quadrinhos, Alan Moore escreveu obras como Watchmen, V de Vingança, A Liga Extraordinária e diversas outras nos gêneros super-herói, terror, fantasia, erotismo e mais, que em maior ou menor grau mudaram a forma de se fazer ou pensar quadrinhos.

Teorias científicas ou sociais, iconoclastia, ciência, História e muitos outros elementos fazem parte do caldo do "mago bardo" inglês, mestre na metalinguagem e referências literárias.

Watchmen Premiado em vários países e cultuado como o divisor de águas nos quadrinhos de super-heróis, sua mais conhecida obra, em parceria com o desenhista Dave Gibbons, continua sendo a minissérie Watchmen, cuja destacada qualidade é cantada há mais de 20 anos e permanece influenciando as novas gerações de quadrinhistas.

Watchmen foi eleita pela revista norte-americana Time como um dos 100 mais importantes romances do século passado.

René Goscinny (1926 - 1977) e Albert Uderzo (1927), França:

Goscinny e Uderzo criaram muitos personagens, como o impagável índio Umpa-pá.

René Goscinny e Albert Uderzo Foi Asterix, entretanto, a série que fez da dupla uma das mais importantes para as HQs mundiais.

No livro Mauricio - Quadrinho a Quadrinho, escrito pelo jornalista Sidney Gusman e lançado em 2006 pela Editora Globo, o criador da Turma da Mônica apresentou uma descrição definitiva para o personagem e, por conseqüência, para a qualidade do trabalho de Goscinny e Uderzo. "Asterix é uma das coisas mais inteligentes surgidas nos quadrinhos. Eu sugiro suas histórias como um ritual de passagem do leitor mirim para o juvenil. É criativo, pesquisado, inteligente e satírico. Diversão garantida".

Protagonista de versões para cinema e TV e com fãs nos mais diversos países, é um raro fenômeno pop nesse gênero. O lançamento de seu último álbum, por exemplo, resultou em enormes filas de espera nas lojas especializadas e ações de divulgação como gigantescas pinturas de Asterix e Obelix nos aviões das SN Brussels Airlines, na Bélgica.

Neil Gaiman Poucos autores receberam condecorações de presidentes e reis pela qualidade de sua obra e significância para os quadrinhos. Goscinny e Uderzo estão nesse rol.

Neil Gaiman (1960), Inglaterra:

Quadrinhos reconhecidos como obra literária? Ganhando prêmios como o World Fantasy Award, nos Estados Unidos, nunca antes (nem depois) conferido a uma HQ?

Sandman Esses são apenas alguns dos feitos que Neil Gaiman alcançou com seu personagem mais conhecido: Sandman.

O autor foi alçado à categoria de celebridade no showbusiness e de "deus" entre os fãs de quadrinhos. Tudo porque as histórias (não apenas de Sandman) que concebeu foram fundamentais para a nona arte ser vista com olhos menos preconceituosos e mais admirados por quem não lia HQs.

Entre dezenas de outros prêmios, Gaiman recebeu nada menos que 13 Eisner Awards.

Richard Felton OutcaultRichard Felton Outcault (1863 - 1928), Estados Unidos:

Há muitas controvérsias sobre quem foi o primeiro autor de histórias em quadrinhos. Registros documentados apontam para artistas mais antigos que Richard Felton Outcault - incluindo o ítalo-brasileiro Angelo Agostini.

O que pesa em favor do cartunista norte-americano, entretanto, é que os elementos de uma HQ completa foram usados pela primeira vez nas tiras de Yellow Kid (Menino Amarelo), em 1894.

Como a representação dos balões de diálogos, símbolos máximos das HQs, que faltavam nos quadrinhos anteriores aos do personagem de Outcault, e que surgiram nas aventuras do simpático Yellow Kid. A ele também pertencem as primeiras tiras coloridas de que se tem notícia.

Yellow Kid


sexta-feira, 2 de maio de 2008

Brasileiros no prêmio Eisner


Bá e Moon: dois brasileiros no principal prêmio de HQ dos EUA

Revista "5", feita pelos dois desenhistas, concorre em uma das três categorias disputadas pela dupla

Os irmãos Gabriel Bá e Fábio Moon foram indicados em três das 29 categorias do Eisner Awards.
O Eisner -uma homenagem ao desenhista Will Eisner, já falecido- é a principal premiação dos quadrinhos nos Estados Unidos.
Gabriel Bá fez os desenhos de "The Umbrella Academy", que concorre como melhor minissérie.
A obra é escrita por Gerard Way, cantor da banda "My Chemical Romance".
Fábio Moon disputa na categoria melhor história em quadrinho digital.
Ele fez a arte de "Sugarshock!", história escrita pelo norte-america Joss Whedon.
Os dois concorrem juntos numa terceira categoria, melhor antologia, pela obra "5".
A revista independente foi feita em parceria com outros três desenhistas: a norte-americana Becky Cloonan, o grego Vasilis Lolos e o brasileiro Rafael Grampá.
A proposta é que cada um dos cinco fizesse uma história biográfica do outro.
"5" foi lançada no Brasil na entrega do troféu HQMix do ano passado.
Bá e Moon venceram em quatro categorias da premiação brasileira, a principal do país.

>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>

A divulgação dos premiados do Eisner Awards será no dia 25 de julho, segundo o site do evento.

A lista com os indicados foi divulgada nesta semana (leia a relação completa aqui).

A maioria das obras selecionadas nas 29 categorias é inédita no Brasil.

Mas há exceções, como o mangá "Monster" -concorre como melhor edição norte-americana de material japonês- e a versão de Darwyn Cooke para "The Spirit" -como melhor série regular.

"Monster", da Conrad, volta às bancas este mês.

O lançamento de "The Spirit", da Panini, também está programado para este mês.

***

Em dezembro do ano passado, outro brasileiro conseguiu repecurssão em uma premiação norte-americana.

Ivan Reis foi eleito o melhor desenhista de 2007 em seleção promovida pela "Wizard", revista especializada em produções da indústria norte-americana de quadrinhos.

Reis faz a arte da série do Lanterna Verde, herói da editora DC Comics (mesma de Super-Homem e Batman).

Essas histórias têm sido publicadas no Brasil na revista "Liga da Justiça", da editora Panini.

quinta-feira, 1 de maio de 2008

Crítica: Downey Jr. dá cérebro e coração ao 'Homem de Ferro'

Nova franquia de adaptações da Marvel estréia nesta quarta no país.Além do bad boy de Hollywood, elenco tem Gwyneth Paltrow e Jeff Bridges.

Diego Assis
Do G1, em São Paulo

Quando o uniforme do Homem-Aranha já começa a apresentar sinais de desgaste pelo uso e as garras de Wolverine já não parecem mais tão afiadas quanto nos dois primeiros "X-Men", a Marvel Comics tira da manga mais um super-herói para iniciar um novo ciclo nos cinemas. Além de inaugurar uma nova franquia, "Homem de Ferro", que chega ao Brasil nesta quarta-feira (30) – um dia dos EUA – marca a estréia da gigante dos quadrinhos norte-americanos como estúdio de cinema.
Com um orçamento estimado em US$ 186 milhões, o filme dirigido por Jon Favreau (ator que viveu "Foggy" Nelson no filme "Demolidor") tem os elementos certos para se tornar um sucesso. Por seu ineditismo, vem sendo aguardado com ansiedade há décadas pelos fãs fervorosos das HQ, criada originalmente em 1963. Além disso, "Homem de Ferro" tem a também a seu favor o período de estréia, mesmo escolhido no passado para blockbusters como "Homem-Aranha", "X-Men" e "Transformers" e que antecede em poucas semanas os grandes lançamentos do chamado verão americano, que neste ano terá outros páreos duros como "Batman: Cavaleiro das Trevas", da rival DC Comics, "O incrível Hulk", da própria Marvel, além do retorno da série "Indiana Jones". E, por fim, "Homem de Ferro" tem como um de seus maiores trunfos a reunião de um elenco impecável encabeçado pelo ator Robert Downey Jr., na pele do herói metalizado.



Conhecido por sua relação conturbada com as drogas – além, é claro, de memoráveis atuações em filmes como "Chaplin" e "Assassinos por natureza" -, Downey Jr. não poderia ter sido mais apropriado para interpretar o Homem de Ferro, um dos tipos mais politicamente incorretos da editora Marvel. Na HQ, o personagem Tony Stark, alter-ego do herói, é apresentado como um playboy mulherengo, um tanto cabeça dura e louco por uma boa garrafa de uísque.


Entenda a origem do Homem de Ferro nas HQs


Com a ajuda do prisioneiro de guerra Yinsen, Tony Stark constrói a armadura que irá salvar a sua vida, em cena de 'Homem de Ferro' (Foto: Divulgação)
Herdeiro e principal cérebro por trás das Indústrias Stark, uma empresa de alta tecnologia que fornece armas de guerra para o exército americano, Stark tem uma relação ambígua (e por vezes irresponsável) com o dinheiro e o poder, o que, na verdade, esconde sua insegurança diante das finalidades às quais suas invenções podem servir. Ferido por uma de suas próprias granadas em uma visita ao Afeganistão, Stark é capturado por guerrilheiros locais e forçado a trabalhar para os inimigos. Em vez disso, constrói com o que tem à mão uma espécie de superarmadura de ferro que lhe dá poderes para conseguir escapar de seus algozes. A experiência o faz repensar os rumos das Indústrias Stark e, dali em diante, o gênio bilionário decide investir todo o seu tempo e recursos em construir algo que possa efetivamente salvar vidas, e não tirá-las: aperfeiçoando o traje de metal com tecnologia de ponta que o transformará no Homem de Ferro.

Ação com coração
Graças ao estágio avançado dos efeitos especiais no cinema, o processo de construção e aperfeiçoamento dos trajes do herói e as cenas de ação no solo ou nas alturas são um espetáculo visual à parte – em especial, a seqüência em que o Homem de Ferro é perseguido por dois caças americanos em pleno vôo, no melhor estilo do clássico "Top gun". Mas é a interpretação irônica e sempre inteligente de Downey Jr. que dá vida (coração?) ao personagem que, sem ele, correria o risco de soar apenas como um ingênuo e enferrujado herói dos tempos das HQs da Guerra Fria. Afinal quão verossímil, em pleno século 21, pode ser um bilionário que decide sair voando por aí combatendo inimigos em uma armadura pintada de vermelho e dourado? Exige bom humor e dedicação ao personagem, e isso o ex-garoto problema de Hollywood demonstra ter de sobra.

Divulgação
Jeff Bridges, como Obadiah Stane, e Gwyneth Paltrow, como Pepper (Foto: Divulgação)
Mas Downey Jr. não está sozinho na missão de transformar o primeiro "Homem de Ferro" em uma promissora franquia para a Marvel nos moldes da galinha dos ovos de ouro, a trilogia de "Homem Aranha". A seu lado está a bela mocinha, vivida pela mais que bela – competente – Gwyneth Paltrow, no papel de Virgina "Pepper" Potts, a dedicada secretária de Stark. Há ainda Terrence Howard, de "Crash", como o militar e melhor amigo de Stark Jim Rhodes, e o talentoso Jeff Bridges, que parece ter saído direto das páginas dos quadrinhos para encarnar o careca e grandalhão Obadiah Stane.

E, como não poderia deixar de ser, "Homem de Ferro", o filme, vem acompanhado de uma trilha sonora da melhor safra de heavy metal: abre com os riffs poderosos de "Back in black", do AC/DC, e fecha com a lendária e auto-indulgente "Iron Man", do Black Sabbath.